quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Contando um conto.... 4 (the End)

Flor Amarela
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(Parte IV)
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Marquei um encontro com a minha menina, ela não pode recusar meu convite pois, além de amigos, éramos pedaços complementares de uma mesma coisa. Naquela noite vesti minha melhor roupa, cuidei da minha aparência como há muito não fazia. Aquela era uma noite única, era a noite do grande sacrifício. Fui à casa dela e ela já me esperava perfeita, vestida com um vestido claro e leve. Eu nunca a tinha visto tão linda, naquela noite ela não parecia esconder sua beleza divina, tudo aquilo era para mim. Ela estava mais silenciosa que nos dias anteriores, não falava das suas experiências na Europa nem do namorado 15 anos mais velho, apenas se deixava conduzir pela mão.
Eu a levei ao parque onde eu acalmava minha febre infantil. Aquela era uma noite perfeita, as estrelas brilhavam e todas as árvores estavam floridas. O lago que havia ali perto refletia toda a beleza daquela noite entre as folhas caídas. Estava tudo pronto para minha passagem, tudo estava perfeito para minha transição de mortal para deus. Eu a segurei pelos pulsos e fiz com que entrasse na água. Foi a primeira vez que vi o medo em seus olhos. Ela me temia, ela me respeitava e eu podia sentir que estava me transformando em um deus.
Eu fiz com que ela percebesse que era uma sereia, uma rainha, uma deusa. Ela tentava se soltar, se debatia e tentava de alguma forma se comunicar comigo, meu poder começava a se sobrepor ao dela, mas ainda não conseguia entender aquela língua celeste que ela usava dentro da água. Mesmo sem poder fazer nada, totalmente impotente e indefesa, ela era tudo, sua presença transcendia o seu pequeno corpo mortal e começava a se espelhar em todas as coisas. Agora ela era uma flor amarela que eu esmagava com as mãos, que eu não queria ver murchar. Quando vi que ela não se mexia mais, a peguei no colo. Nunca imaginei que ela fosse tão leve. Eu a deitei na grama e me pus junto a ela. Ela acalmou a febre do meu coração com seu corpo frio. Naquele momento eu me senti completamente purificado, naquela hora eu já não era mais um homem, eu era um deus, ao lado dela, meu sacrifício, eu era completo, eu era tudo, eu era um deus.
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Fim

12 comentários:

  1. "Não, nenhuma história sua tem graça! Tenta escrever uma piada!"

    Mas eu sou uma piada eu mesma... olha eu aqui comentando no meu próprio blog....

    Beijo pra mim!!!

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  2. ahuwhauwah porra pensei que eles ia pra wonderland :(

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  3. Incrível como uma historia tão complexa pode ser contada com tão poucas palavras.

    Parabéns pelo excelente blog!

    Beijo!

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  4. Hum... Olha eu aqui denovo :)

    Perfeita a história.

    Abraços

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  5. É uma trama de amor muito bem tecida...rsrsrs sinistro, mas interessante e profundo

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  6. já parou de novo com as atualizações?

    não desiste do blog de novo não, seus textos são muito legais!

    ps: a preguiça te mata menina!

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  7. Olá querida Carol,
    Que dia sairemos? Achei que seria nesse carnaval :)
    Beijos!!!!!!!!

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  8. Credo Carol, vc tmb é psica!!! Vc tem que ler o livro do botter que tá com a queline! hahaha Vc é quase a versão feminina dele! hehehe Bjo

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  9. Carol =)
    Não acredito que aquilo tudo saiu da sua cabeça ; )
    To pasmo, muito legal mesmo!
    A narrativa é super agradável e a história nem se fala. acho que meninas menininhas não gostariam muito (do final)hiuohiuohiuohiuo
    Muito bom! ;*

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  10. oi carol! gostei tanto do seu conto q escolhi ele para um ensaio fotográfico na faculdade! :)

    vc escreve de um jeito q dá vontade de ler! parabéns! sucesso! !! ^^

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  11. Está de parabéns! O conto é muito bom!

    O garoto é um personagem muito interessante. Você foi construindo o perfil dele muito bem.
    A menina é uma personagem não menos interessante. Deixou-me muito curioso em saber mais dela. Os porques dela!
    O parágrafo onde ele a vê depois de muito tempo (Parte 3, segundo parágrafo) ficou muito luminoso! Fez-me imaginar cenas muito belas!

    Eu gostei mesmo.
    Um brinde ao Flor amarela!
    Um brinde a você!


    Beijo!
    Djalma J

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